quarta-feira, 1 de julho de 2009

Memorial do Leitor

Estudei sempre em Escolas Estaduais. A escola em que fui alfabetizada funcionava de 1ª a 4ª série.
Gostava muito daquela escola e das professoras que por mim passaram.
Jamais esquecerei de minha primeira professora, Felícia. Recém formada, pequena, olhos pretos, pele branquinha, carinhosa, alegre.
Meus pais, quando me encaminharam à escola, almejavam um futuro melhor pra mim, que eu tivesse uma profissão na qual eu me realizasse. Mas, ao mesmo tempo, que eu não precisasse passar trabalho.
Eles diziam que queriam que eu fosse alguém na vida.
Meu pai era mecânico e minha mãe do lar. Ambos sempre me incetivaram a estudar.
Tenho mais duas irmãs e um irmão.
Quando éramos pequenas, minha mãe lia histórias para nós. Ela acompanhava nossos estudos de pertinho, nos ajudava com o tema, ia com frequência a escola para saber como estávamos.
A professora da segunda série me marcou pela sua insensibilidade. Meu primeiro mês na 2ª série foi difícil.
A troca da professora, a troca repentina da letra cursiva para script, eu não conseguia me adaptar e a professora simplesmente chamou minha mãe e disse que iria me passar para a 1ª série porque eu tinha só 7 anos e não sabia nada.
Minha mãe foi maravilhosa! Conversou com a professora, mostrou meu boletim que só tinha notas ótimas e pediu que tivesse mais paciência comigo, que tinha certeza da minha capacidade e que não admitiria uma injustiça.
No final do bimestre, ela chamou minha mãe novamente e pediu desculpas pelo erro que iria cometer, pois o meu progresso foi nítido.
Eu gostava muito de ler historinhas e depois dramatizá-las. Nós tínhamos uma professora que nos ensaiava e depois nos apresentávamos para todos os colegas da escola.
No Ginásio, gostava muito das aulas de Técnicas Domésticas, pois sempre gostei de cozinhar.
A biblioteca não era muito utilizada pelos professores e não tive nenhum estímulo à leitura.
No Ensino Médio, resolvi fazer Magistério. Tive professores bons, mas se preocupavam muito em ensinar muitas didáticas: da matemática, do português... mas não lembro de pedirem para eu ler um livro. Os livros que eu li, foram por conta própria!
Entrei para a faculdade de Letras. A escolha foi mais um desafio, pois eu queria saber mais sobre a nossa língua.
Infelizmente, a maioria dos meus professores estavam quase se aposentando com aqueles polígrafos velhos.
Nesta época, eu trabalhava de dia e o tempo que eu tinha para ler e estudar era na fila enorme dos bancos.
Terminei a faculdade e é lamentavel dizer que durante o período que cursei não consegui encontrar o que procurava, professores que me contagiassem com um verdadeiro encontro com a Literatura.
As leituras que marcaram meu ensino superior foram Machado de Assis e William Shakespeare.
Gosto muito de livros de romance. Ler é um ato de prazer e é nosso dever transformar esse ato numa coisa agradável, frutífera.
Definir-me como leitora não é difícil. Leio de tudo um pouco. Leio porque preciso, leio por prazer! Leio romance, suspense, auto-ajuda...
Tudo o que construímos é a partir da leitura.
Dedico-me muito, dou o máximo de mim e procuro tornar agradável o caminho da leitura para os meus alunos.

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